Estratégias conservacionistas Imprimir E-mail

As principais medidas conservacionistas para evitar o declínio populacional do papagaio-charão constituem na preservação das matas nativas remanescentes, onde a ave encontra condições de nidificação e alimentação; no incentivo de programas de reposição florestal, em especial com as espécies nativas que propiciem ambientes de nidificação aos papagaios e que lhes forneçam algum item alimentar, com destaque para Araucaria.


 É absolutamente prioritária e urgente a criação de unidades de conservação no planalto catarinense, entre os municípios de Painel e Urupema, preservando os pinheirais que atualmente garantem o suporte alimentar para os bandos de charões.


A continuação de campanhas que visem diminuir a pressão de captura de filhotes nos ninhos, orientando as pessoas a não comprar, desestimulará esse comércio ilegal a médio prazo.
É necessário ainda ampliar o grau de proteção dos ambientes florestais remanescentes nas áreas de reprodução do papagaio-charão, para que possa de maneira sustentável garantir alimento e cavidades de árvores para a nidificação. Apesar de haver um programa de instalação de caixas-ninho em curso, é preferível que as próprias florestas possam oferecer cavidades adequadas para ninho.
O Projeto Charão desde 1991, vem realizando atividades de pesquisa e educação ambiental, colaborando em estratégias para a proteção do papagaio-charão. Algumas ações conservacionistas estão sendo empregadas, como:

a) Instalação das caixas-ninho: com objetivo de ampliar os locais de nidificação da espécie, foram instaladas 400 caixas-ninho nas regiões de reprodução do papagaio-charão. As caixas-ninho foram instaladas em propriedades particulares e são monitoradas ao longo do ciclo reprodutivo do papagaio-charão.
Esta estratégia tem o envolvimento dos proprietários de terra que se comprometem na preservação de suas matas. Tal comprometimento envolve a proibição da retirada dos filhotes de charões ainda nos ninhos, manutenção de árvores velhas com cavidades que poderão ser os futuros locais de reprodução da espécie, evitar a presença do gado bovino no interior dos fragmentos florestais garantindo o processo de regeneração da floresta. O enriquecimento das matas nativas através do plantio de espécies é também uma atividade conservacionista desenvolvida pelo Projeto Charão.

b) Guarda-ninho: mesmo com as inúmeras campanhas de conscientização, infelizmente a captura de filhotes para comercialização ainda é grande. Por isso, alguns ninhos ocupados pelo papagaio-charão são protegidos integralmente através da participação do guarda-ninho, que permanece em uma cabana camuflada observando o comportamento do papagaio-charão desde a ocupação da cavidade até a saída dos filhotes no ninho.

c) Radiotelemetria: técnica utilizada para acompanhar as rotas de deslocamentos da população. Consiste na instalação de rádios-transmissores preferencialmente em filhotes ainda em seus ninhos. Os sinais emitidos pelos rádios-transmissores são rastreados com auxílio de rádio-receptor.  O rastreamento é realizado com auxílio de um automóvel. Os rastreamentos têm início com o despertar dos papagaios nos dormitórios, sua movimentação diária e o seu retorno no final da tarde ao dormitório-coletivo. Desta forma, pode-se obter informações precisas do papagaio-charão, como a extensão de seus deslocamentos diários, a área de uso e suas rotas da migração, buscando ampliar a eficiência das medidas conservacionistas adotadas em prol da espécie.

d) Programa de Reprodução
O Projeto Charão, em parceria com a Universidade de Passo Fundo, realiza estudo com o papagaio-charão em cativeiro no Centro Reprodutivo de Psitacídeos – William Belton (CREP). No CREP a reprodução do papagaio-charão foi obtida a partir de 1996. Porém, esta espécie é extremamente exigente. É necessário aplicar conhecimentos sobre seu comportamento e ecologia para o bom manejo das aves. No CREP os filhotes que nasceram hoje estão em atividade de reprodução.
O Projeto Charão conta com apoio do Laboratório de Genética de Aves da Universidade de São Paulo e da Universidade Católica de Brasília para acompanhar a variabilidade genética dos papagaios.
Também é acompanhado o comportamento alimentar dos papagaios. Para isto, são oferecidos itens vegetais na forma de folhas, flores e seus rebentos e sementes. Preferencialmente são oferecidos itens alimentares que já foram observados papagaios se alimentando na natureza.

e) Educação Ambiental
O Projeto Charão tem realizado muitas palestras em escolas dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O foco principal das palestras e atividades desenvolvidas com alunos e professores é a problemática do papagaio-charão e o ambiente florestas com araucárias. Folders e cartazes são materiais que auxiliam nas campanhas conservacionistas.

Clique aqui para acessar as Aventuras do Papagaio-Charão.

 

 

Resgate do Pinheiro Brasileiro – Do pinheiro vem a pinha e da pinha vem o pinhão
  
O Projeto Charão realizou neste ano o curso Resgate do Pinheiro Brasileiro – Do pinheiro vem a pinha e da pinha vem o pinhão para mais de 120 professores que atuam na área de ocorrência do papagaio-charão. O objetivo nesta etapa do curso foi incentivar na comunidade escolar o resgate histórico da Araucaria angustifolia (pinheiro brasileiro) em cada município para finalmente implantar nas escolas os viveiros escolares através do plantio de sementes do pinhão.

 

 
 
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